Apetece-me escrever. Mas escrever do coração. Escrever profundamente.Aqui ficam, como sempre, os meus devaneios. Aqui fica, como sempre, aquilo que preciso de dizer a alguém mas que ninguém quer ouvir.
É horrível gostar de uma pessoa, de quem toda a gente fala mal:"Ah, ele é um feio..."; "Ah, ele é um antipático..."Ninguém consegue ver nele, o que eu consigo.
Sempre que me vê, dirige-me um sorriso. E eu, desajeitadamente, sorrio de volta, enquanto lhe viro costas.Arrependo-me de não o encarar, mas quando o vejo, ali, perto de mim, a sorrir para mim e por minha causa, uma vergonha imensa cresce em mim.É estúpido, eu sei. É uma sensação de vergonha, mas também uma sensação para a qual ainda não encontrei nome. E é esta mesma sensação, ainda sem nome que faz com que eu morra um pouco, sempre que o insultam.
Sempre que passa por mim, ou vai contra mim de propósito, ou faz algo do género.Eu sorrio, ainda que, mais uma vez, desajeitadamente.
Quantas vezes que não quis falar com ele no facebook, e simplesmente não encontrei coragem.Dizem que o amor é assim. É ter medo de não ser correspondida, é ter medo de não passar tudo de uma simples ilusão, é sentir vergonha, é querer atenção, é querer ser abraçada quando estou mal, e querer abraçar quando é ele quem está mal.
Uma sensação de impotência toma conta de mim quando o vejo sozinho. Apetece-me ir la, dizer-lhe "olá", ir lá e arrancar-lhe um sorriso.Mas, aquele medo de ouvir um frio "Vai-te embora" ou um cruel "O quê que tu queres?", é demasiado.Quantas vezes não desejei que fosse ele a vir falar comigo? Aliás, sempre que o vejo, não há nada que deseje mais.Quantas vezes não sonhei com o momento em que além de um sorriso, também me dirigisse um banal "olá".Só um "olá".Mas não o culpo por não o fazer. Se calhar, tudo não passa de uma ilusão, e eu sou, para ele, mais uma garota igual a tantas outras. Se calhar, ele sente o mesmo que eu: uma enorme mistura de medo com vergonha. Pode ser que um dia, eu saiba o que ele realmente quer de mim.
